bola ou subindo em árvores, isso aconteceu até a geração atual passar a puberdade com um smartphone nas mãos, e o que se vê hoje em dia é uma epidemia de feridos psicologicamente e o número de ossos quebrados despencou, obviamente que nem ele, nem nós, queremos que nossas crianças e jovens saiam por aí se quebrando, mas a pergunta que fica é: essa geração está realmente tendo experiências de vida ou apenas vivendo seu desenvolvimento cognitivo e sócio-emocional através das telas?
A geração Z, nascidos entre 1995 e 2010, viveu a evolução dos dispositivos eletrônicos e a dominação das mídias sociais nas suas vidas – seus aparelhos celulares são muito modernos e a facilidade com que acessam qualquer tipo de conteúdo é incrível. O que era para ser algo mágico e bom, como encurtar distâncias entre as pessoas e famílias, facilitar as novas amizades, trazer cultura e entretenimento, propiciar acesso a conteúdos educativos e pesquisas, acabou se transformando em uma epidemia de desinformação e violência. E largamos nossos jovens livres nesse mundo sem fim das redes sociais. Nos preocupamos aonde eles vão, com quem vão, a que horas voltam, mas não sabemos o que eles fazem de verdade com seus celulares.
Ainda de acordo com Haidt, a falta de convivência dessa geração é a principal fonte de depressão e ansiedade, eles estão perdendo as habilidades sociais básicas, aquilo que se adquire ao conversar, trocar ideias, errar e acertas, falar besteira, ser ouvido, não ser ouvido.
Segundo o cirurgião geral do governo americano, Vivek Murthy, deveríamos restringir o acesso às redes sociais até os 16 anos. Além disso, Haidt acrescenta que o ideal seria abolir os celulares das escolas, em todos os momentos, principalmente nas pausas, onde a interação não mediada entre as crianças e jovens acontece. Mesmo que o smartphone permaneça no bolso não é suficiente, pois as notificações são um imenso fator de distração, e a expectativa de olhar a tela é incontrolável para o jovem.
Além disso, devemos promover mais independência para crianças e jovens, não no sentido de fazerem somente o que querem, mas no de serem mais responsáveis por suas brincadeiras e jogos, de participarem mais das tarefas domésticas, de terem a chance de vivenciar a natureza. Não devemos resguardar tanto nossas crianças e jovens da frustração e do estresse, pois eles fazem parte da vida, mas si estarmos atentos ao estresse duradouro, a longo prazo, que a participação em qualquer mídia social cria, ninguém deveria ficar ansioso ou preocupado por dias ou meses, é esse tipo de estresse que estamos deixando entrar nas vidas deles.
Quando mães, pais, responsáveis, cuidadores, educadores e professores se comprometem em conjunto, eles livram suas crianças e jovens da tirania dos smartphones e mídias sociais e, de quebra, ainda possibilitam que as crianças brinquem livremente, que subam em árvores, que se relacionem com a natureza, que os jovens façam amigos, joguem bola, assistam a filmes, toquem instrumentos, conversem e paquerem. Além de proporcionar essa rica vida emocional, possibilitaremos que eles se concentrem mais, tenham mais tempo de atenção e aprendam a desenvolver ferramentas de aprendizagem duradouras.
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