A festa celebrada no Brasil contou com a influência africana, trazendo inspirações que vão das batidas de tambores que resultaram em ritmos como samba às vestimentas coloridas, com máscaras, usadas no festival de carnaval de Calabar, na Nigéria. Ainda há muitos desdobramentos do samba, como samba-rock, bossa nova, samba de roda e samba-enredo. Esse último fez a ponte direta das religiões africanas com o Carnaval de hoje que, a partir do século XX, foi oficializado com apoio governamental.
A celebração chegou ao povo indígena, com os Caciques do Garcia e Apaxes do Tororó, que até então não tinham ligação com a festa de Carnaval e tornaram-se referência de musicalidade, tocando a bateria no chão, em um turbilhão de encontros culturais, em Salvador, na Bahia.
Na nossa escola, o Carnaval é celebrado com grande alegria. Este ano temos a novidade de formar blocos, com temas relacionados ao estudo da época, todos envolvidos no samba enredo escritos por estudantes do Ensino Médio de uma escola irmã, a Escola Waldorf Veredas. O uso de máscaras e fantasias que no dia a dia não ousamos expor, dão um toque especial à celebração. Os primeiros anos recebem em sala um teatro de mesa, em ambiente mais recolhido, sem antes deixar de ver o cortejo passar à distância.
Em cinquenta minutos que mais parecem uma eternidade, podemos experimentar outras normas de conduta para que, após tamanha expansão, possamos encontrar a introspecção proposta na Quaresma, que propõe o recolhimento que se inicia no outono. Para que haja o recolhimento na Quaresma, é necessário que exista o ir para fora proposto no Carnaval. A palavra Carnaval é originária do latim, carnis levale, cujo significado é “retirar a carne”. Esse sentido está relacionado ao jejum que pode ser realizado durante a Quaresma, marcando o final do Carnaval na Quarta-Feira de Cinzas.
Helena Würker
Mestre em Educação: Currículo PUC/SP
Professora de Classe da EWRS
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